Análise de Conjuntura Política no Pará. 2ª parte


Por Diógenes Brandão

Governo de Helder Barbalho reedita o coronelismo da década de 30 no Pará, avalia cientista político.


"Tá acontecendo negócio muito estranho aqui em Belém do Pará, tá certo? 

Um juiz, a polícia civil estão enquadrando como Fake News, as pessoas que estão investigando, fiscalizando, colocando na agenda das redes sociais, das redes digitais, que são muito fortes, todo este quadro, né? Porque a família Barbalho já não tem um histórico muito positivo aqui no Pará, uma das famílias que tem controle muito grande, tem forte meio de comunicação, tem todo um controle e vários blogueiros tem sido visitados pela Polícia Civil, aprendendo computadores, celulares, acusados de Fake News e para quem observa, não tem nada de Fake News. Eles estão discutindo o problema e esse problema é muito sério, que eu espero que essa política, que era muito típico da política de 1930, onde os coronéis agrediam seus adversários usavam, transformavam o aparelho de estado para atacar os seus inimigos. Aos amigos, os favores da Lei, aos inimigos os rigores da Lei. 

Isso que tá acontecendo aqui no Pará. Eu espero que passe, porque tá sendo um absurdo. Jornalistas sérios, muito sérios estão sendo visitados e estão sendo intimidados. Eu espero que isso mude o mais rápido possível tudo que marcado possível para o quadro que tá muito difícil aqui agora em Belém do Pará e no Pará", revelou Edir Veiga.

A fala faz parte da segunda parte do debate ocorrido em um canal do Youtube e editado pelo blog do portal Amazon Live, que traz uma série de seis (6) episódios do debate entre cientistas políticos brasileiros, onde o professor Edir Veiga, doutor em Ciência Política pela UFPA, faz uma análise sobre a conjuntura política paraense, com destaque para os altos e baixos de Helder Barbalho, do início do seu governo, que realizou contratos repletos de irregularidades durante a pandemia da COVID-19. 

Muitos desse contratos foram denunciados por jornalistas que acabaram sendo retaliados com o uso do aparato estatal, em uma perseguição política e policial por revelarem as irregularidades e desvios existentes e que hoje estão sendo noticiados por todo o mundo, após as operações da Polícia Federal, inclusive na casa do governador, que também teve suas contas e bens bloqueados pela justiça.

Na segunda parte do vídeo, Edir Veiga adentra na atuação de Helder Barbalho, onde na primeira fase do combate à pandemia foi muito dinâmica e elogiada, tendo o governador se colocando ao lado das orientação da OMS, se contrapondo as do presidente Jair Bolsonaro

Logo em seguida, a compra de equipamentos para UTIs para os hospitais de campanha, onde 400 respiradores foram negociados com uma empresa chinesa, que não entregou toda a encomenda e a quantidade que chegou não funcionou. A partir daí, Helder Barbalho inicia a pior fase de seu governo.  


Além dos esquipamentos e documentos que foram levados para aprofundamento das investigações orientadas pelo MPF e autorizadas pelo STJ, a justiça federal determinou o bloqueio dos bens e das contas bancárias do governador e de diversos assessores. Alguns dias depois, a Polícia Federal volta pela terceira vez e realiza uma nova batida na SEDUC, onde um contrato apontado como superfaturado, promoveu mais um grade arranhão na imagem já desgastada do governador paraense. 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tailândia: Macarrão lidera com ampla vantagem e seria reeleito se a eleição fosse hoje, aponta pesquisa

A polêmica sobre a suposta doação de recursos dos bancários do Pará à campanha de Haddad

Ministério Público Eleitoral impugna candidatura de Eduardo Pio X baseado na lei da Ficha Suja