As Fakes News do governo e o anti-jornalismo paraense


Por Diógenes Brandão

A cobertura jornalística das grandes empresas de comunicação do Pará (Liberal, RBA, Record, SBT, etc.), sobre as denúncias de irregularidades nos contratos sem licitação na compra de alimentos, medicamentos e equipamentos para o combate à CODIV-19, são em sua maioria, um atentado ao jornalismo e seus conceitos básicos, bem como desequilibram a democracia, em favor da já tão  poderosa família Barbalho.  

Notem que nas matérias destes veículos, a posição do governo do Pará é sempre colocada como verdade absoluta e a de Médicos, Jornalistas Independentes, Ativistas Digitais, Advogados e todos que divergem ou questionam as informações oficiais do executivo ou do legislativo, são rotuladas como Fake News.  

Quase todos os empresários que comandam a imprensa e seus jornalistas, agem manipulando a sociedade, colocando a palavra de Helder Barbalho como se fosse um verdade inquestionável. E sabemos que nunca foi, não é e nunca será, para o bem da ética e da verdade dos fatos.  

Através de matéria da Revista Época tivemos o conhecimento de que as denúncias feitas por médicos, sobre os respiradores chineses não funcionarem, foram rotuladas por Helder Barbalho como sendo mentiras.   

Sabemos que quem mentiu foi ele e a SESPA, que por sua vez, apagou a mensagem em que afirmava, inclusive com fotos, de que os ventiladores estavam em pleno funcionamento no Hospital de Campanha de Belém. Uma grotesca Fake News do governo, que entra para a história e envergonha quem fez e aqueles que foram obrigados a apagá-la da internet. Mas como a verdade sempre aparece, o rastro está devidamente registrado.  

Por falar em mentiras, o Hospital de Campanha de Belém, montado a preço de ouro pelo governo há mais de um mês, está até hoje incompleto e por isso não atende nem um terço do número de pacientes que o governador tanto repetiu e prometeu que atenderia: 420. E pelo jeito, infelizmente, está longe de atender, pois não existem equipamentos para instalar as UTIs, que foram propagandeadas à exaustão, pois não foram adquiridos os equipamentos necessários e nem há mão de obra obra suficiente para tal. 

Sabem por quê?

O governo do Pará demorou a se preparar e não agiu, no tempo hábil, para o pior. Esperou o primeiro caso de Coronavírus chegar para começar a se mexer. É por isso que vemos tantas mortes e desespero dos familiares daqueles que adquirem a doença e não recebem o devido tratamento.

Antes que apareçam os que dirão que Helder tá trabalhando com o que tem, fazendo tudo que é possível e diferente do presidente Jair Bolsonaro, ele não subestima e nem ignora os riscos e a ameça real da pandemia, devo alertar: Eu concordo. 

É inegável: A postura do presidente, desde o início, com falas que negam a força do Coronavírus podem dar a ideia de que Helder é um herói que luta contra um inimigo da vida e da saúde, mas essa polarização cria uma falsa polêmica e nuvem de fumaça que distrai a maioria e mantém escondido, esquemas e erros grotescos cometidos pelo governo.

Não há nenhuma medida preventiva ou repressiva, inclusive o Lockdown, que eu discorde, ou ache errado. A proibição para manifestações convocadas pelo presidente e seus seguidores, contaram com meu total apoio. Helder estava tão certo, como qualquer outra pessoa com o mínimo de racionalidade. Isso não o torna herói e muito menos acima ou melhor que qualquer outra pessoa, igualmente racional e de bom senso. 

Agora, querer fazer desse cabo de guerra, a construção de uma imagem heroica e de divindade, onde as narrativas da assessoria de comunicação e marketing do governo exaltam a figura do herdeiro de Jader Barbalho, como sendo um revolucionário defensor da população paraense, enfrentando as forças do mal, não cola. 

Seguir as recomendações da OMS e demais autoridades de saúde é algo que se espera de qualquer governante. Infelizmente, o presidente não age assim, mas, paradoxalmente, o Ministério da Saúde, da Infraestrutura, entre outros, não têm deixado de enviar recursos e equipamentos para o estado do Pará, assim como a ALEPA liberou 800 milhões e aprovou empréstimos bilionários para que o governo possa trabalhar, sem ter problema com dinheiro, mas está se atrapalhando com suas próprias pernas e tentando colocar a culpa e as Fake News, nas costas justamente de quem aponta os erros que o governo vem corrigindo, por serem tão visíveis como a torre da RBA, erguida sabe-se lá como e com que dinheiro.

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