Estudo difere do realizado pela UFRA e usado por Helder Barbalho para o fim do lockdonw
Por Diógenes Brandão
O jornalista e estudante do Mestrado em comunicação social da UFPA, Fabrício Rocha se manifestou em suas redes sociais onde publicou a matéria sobre o resultado do estudo realizado a respeito dos efeitos da COVID-19 na região metropolitana. Pelos dados apresentados, a conclusão de Fabrício é que "o estudo do caso da região metropolitana de Belém utiliza outro modelo que o feito pela UFRA. Na ciência é assim. Não existe palavra final. A vantagem deste estudo foi ter os dados da UFPel e pode fazer melhores projeções e utilizar modelos mais adequados à nossa realidade, de país em desenvolvimento. Um não descarta o outro. São milhares diferentes, com métodos diferentes".
Ao citar o estudo realizado pela UFRA, Fabrício Rocha se refere ao que um grupo de professores da instituição divulgou, na manhã da última nesta sexta-feira (29), que acabou servido como respaldo ao governador do Pará, que no mesmo momento anunciou o programa de retomada das atividades econômicas no Estado, chamado “Retoma Pará”. A medida previu a reabertura gradual de 36 segmentos econômicos, a partir desta segunda-feira (1º).
Segundo o estudo da UFRA, as projeções sobre o comportamento da Covid-19, utilizam modelagem matemática e inteligência computacional. "O levantamento confirma que, de forma cautelosa, a retomada no Estado pode ser gradativa, a partir da próxima segunda (1º). As projeções mostram queda nos casos confirmados e óbitos em todas as regiões do Estado", divulgou o site da Agência Pará, do governo do Estado.
Segundo o estudo da UFRA, as projeções sobre o comportamento da Covid-19, utilizam modelagem matemática e inteligência computacional. "O levantamento confirma que, de forma cautelosa, a retomada no Estado pode ser gradativa, a partir da próxima segunda (1º). As projeções mostram queda nos casos confirmados e óbitos em todas as regiões do Estado", divulgou o site da Agência Pará, do governo do Estado.
O plano foi baseado nas zonas de risco de cada região do Pará: Araguaia, Baixo Amazonas, Região Metropolitana de Belém, Marajó Oriental, Baixo Tocantins, Carajás, Marajó Ocidental, Nordeste, Tapajós e Xingu e excluiu os municípios localizados no entorno do Lago de Tucuruí, não havendo nenhuma menção de retomada das atividades econômicas na nossa região. Depois de críticas em blogs e redes sociais, o governo publicou uma retificação do decreto anterior e incluiu os municípios da região esquecida pelo governo. No entanto, ainda restaram críticas sobre a situação caótica em que a saúde pública da região se encontra.
"Hospital Regional de Tucuruí, para ser administrado por uma empresa privada, e o que é pior: de portas fechadas, já demostrou o descaso com a nossa população, onde dezenas de pacientes com Covid-19 e com outras enfermidades já morreram sem acesso ao único hospital da região, mesmo chegando a porta do Pronto Socorro, não conseguem acesso, com a desculpa da obrigatoriedade de passar por regulação através da SESPA, em Belém. Mas, como disse em entrevista o novo diretor do HRT, o senhor Robson Roberto, "nós temos que atender os nossos clientes, no HRT", antes éramos pacientes, agora somos 'sifras' de valores financeiros, vistos apenas como uma forma lucrativa, a empresa O.S. - Instituto Diretrizes, que vem fazendo uma lambança na saúde daqueles que chegam ao HRT. Sem esquecer, que tudo e pago pelos contribuintes paraenses, pois esta O.S. não investiu uma 'roela' para o desenvolvimento do hospital. Governador Helder Barbalho faça um governo para o povo (...) Ajude seus governados a terem a possibilidade de lutar pela vida com assistência médica adequada, que constitucionalmente é um direito de todos e um DEVER do estado. Mais um Erro: Assumir mais uma vez um equívoco, é questão de bom senso. Assim como reviu e republicou o Projeto RetomaPará com a inclusão dos municípios do Lago de Tucuruí, reveja Helder sua decisão, e abra as portas do Hospital Regional de Tucuruí para que possamos sair da bandeira vermelha na região e vencermos o Covid-19 com assistência a saúde dos pacientes através do braço forte do governo do Pará", relatou o jornalista e blogueiro Wellington Hugles em suas redes sociais.
Já o jornalista Fabrício Rocha elencou os pontos do novo estudo realizado pela UFPA, USP, UNIFESP e INPE e a conclusão da nota técnica pelo grupo de pesquisa destas universidades, o qual difere do estudo divulgado pela UFRA e usado pelo governador Helder Barbalho para liberar a circulação de pessoas e a reabertura das atividades econômicas no Pará.
📌 O número de casos de COVID em Belém, utilizando a métrica da UFPel, está subestimado em 10 vezes no Pará, o que não permite que apenas os dados oficiais sejam bases para políticas publicas.
📌 O número de casos e óbitos demoram dezenas de dias para serem alimentados pelas secretarias municipais de saúde. Por isso, não dá para prevê a diminuição de casos de 30 a 40 dias a frente, resultado das contaminações de hoje.
📌 A subnotificação é um fato real pela falta de testagem em massa e ainda por conta dos protocolos de morte por COVID deixarem poucas horas após o óbito para a realização de um teste. O que na maioria absoluta são testes realizados antes da morte. "À luz do exposto, entende-se que, a partir dos dados oficiais, tomando-se como referências os mais relevantes estudos realizados no Brasil e internacionalmente, não há como afirmar inequivocamente que o Pará ou a Região Metropolitana de Belém esteja já na curva descente da pandemia.
Assim, com base na prudência, em não havendo vacina ou medicamentos comprovadamente eficazes, a única estratégia para desacelerar a pandemia continua sendo o isolamento social".
O portal da UFPA trouxe a seguinte matéria:
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Portão de acesso à UFPA. Foto: Alexandre de Moraes. |
Grupo de Trabalho da UFPA aprova Nota Técnica sobre o Atual Cenário da Pandemia de COVID-19 no Pará
A fim de prestar informação científica à sociedade e em resposta às solicitações dirigidas à Universidade Federal do Pará (UFPA) pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e pelo Ministério Público Federal (MPF), o Grupo de Trabalho (GT) da UFPA sobre o Novo Coronavírus analisou e aprovou, por unanimidade, em reunião na tarde de hoje, 1o de junho, a Nota Técnica apresentada pelo Laboratório de Tecnologias Sociais do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da UFPA, em parceria com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que avalia o atual cenário da pandemia de COVID-19 no Brasil, com destaque para o estado do Pará. Acesse o documento na íntegra:
Leia aqui a nota técnica dos pesquisadores universitários:
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