Racha pelo apoio do PDT: Edmilson Rodrigues quer, mas PSOL não

PSOL se ressente por Edmilson Rodrigues se alegrar com apoio do partido controlado por Giovanni Queiroz, latifundiário que o partido chama de fascista.

Via Luta Socialista - PSOL


Edmilson Prefeito, em aliança com o povo pobre e trabalhador de Belém: ainda é tempo de se evitar uma catástrofe.

Depois da manifestação de apoio à pré-candidatura do PSOL à prefeitura de Belém pelo Diretório Municipal do PDT, Edmilson Rodrigues foi às redes sociais dizer que essa decisão foi “mais uma notícia que me alegra muito”. Infelizmente, essa alegria não é compartilhada por muitos filiados do PSOL. Pelo contrário, é motivo para muita preocupação.

O PDT tem um histórico de abrigar muitos latifundiários em suas fileiras. Desses que destroem as florestas, invadem terras indígenas, grilam terras públicas, mantém trabalhadores em situação análoga à escravidão em suas fazendas, e mandam assassinar lideranças sem-terra, indígenas, quilombolas e ambientalistas. Não nos alegra, em hipótese alguma, ter esse tipo de gente fazendo campanha para candidatos do PSOL.

Quem controla o PDT no Pará?

Giovanni Queiroz, ex-deputado federal, é o atual presidente do Diretório Estadual do PDT. Coordenou a campanha pela criação do estado do Carajás e é um dos porta-vozes dos ruralistas da região. Médico nascido em Minas Gerais, fez fortuna no sul do Pará, se tornando um dos maiores latifundiários do estado. Nos primeiros oito anos de mandato (1998 – 2006), seu patrimônio declarado cresceu de R$ 2,3 milhões para R$ 7,3 milhões. Nas últimas eleições declarou R$ 10,4 milhões (valor referente apenas a suas fazendas e sua criação de gado).

Dono de dois latifúndios que somam mais de 6 mil hectares (1 hectare equivale a 1 campo de futebol) em Rio Maria – PA, “é alvo de inquérito que apura crimes contra o meio ambiente e o patrimônio genético. É também alvo de ação civil de improbidade administrativa que apura danos ao erário”, segundo o site A República dos Ruralistas.

Giovanni Queiroz apoiou a construção de Belo Monte e as alterações no Código Florestal, e defende a soberania do Estado para impor a construção de hidrelétricas e a mineração em Terras Indígenas. Travou uma guerra para tentar impedir a demarcação da Terra Indígena Apyterewa, repetindo a velha ladainha dos agropecuaristas: “tem muita terra para pouco índio”. Em junho/2020 a APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil denunciou que a TI Apyterewa “tem mais da metade de sua área invadida por fazendeiros, grileiros, madeireiros e garimpeiros”. 

Fora fascistas da campanha do PSOL!

O presidente estadual do PDT é oriundo da ARENA – Aliança Renovadora Nacional, o partido da ditadura militar no Brasil, de onde só saiu em 1982, quando o regime militar já dava sinais de esgotamento.

Seu caráter fascista ficou bem explícito durante audiência na Câmara dos Deputados para tratar de conflitos agrários, especialmente no Pará. Na ocasião, falou que daria um tiro na cara dos sem-terra que tentassem ocupar uma de suas fazendas: “Depois leva um tiro na cara... Se entrar na minha, quem vai dar o tiro sou eu na cara de cada um”, afirmou, para quem quisesse ouvir, revelando o tipo de relação que se propõe a ter com os movimentos sociais. Basta! Não podemos tolerar fascistas na campanha eleitoral de Edmilson/PSOL.

PSOL 2020, trampolim para Ciro Gomes 2022?

Mas o que o latifundiário do PDT do sul do Pará tem a ver com a eleição municipal em Belém? O Diretório Nacional do PDT definiu como tática eleger prefeitos nas eleições deste ano para se fortalecer e poder interferir com as estruturas municipais na campanha de Ciro Gomes para a presidência da República.

No Pará, o PDT já está articulando as campanhas de outros ruralistas em cidades do interior. E quer usar o PSOL/Belém como trampolim eleitoral, para entrar na capital paraense com uma falsa roupagem de esquerda, ajudado pela coligação com o PSOL. Giovanni Queiroz, como presidente estadual, é um dos articuladores.

Não há nenhum “giro à esquerda” do PDT. É apenas oportunismo eleitoral para fortalecer a candidatura de Ciro às custas da influência de massas da candidatura de Edmilson/PSOL. Os filiados e simpatizantes do PSOL não podem ficar omissos diante dessa farsa.

Por um governo do PSOL com os movimentos sociais

Nossos principais aliados não tem que ser os partidos da ordem, como o PDT. Queremos aliança com os sindicatos de trabalhadores; com o movimento popular; com as entidades estudantis; com o movimento sem-terra; com as comunidades quilombolas; com os povos indígenas; com o movimento feminista; com as associações de bairros; com as agremiações culturais. Queremos a aliança do PSOL com o Povo, não com os poderosos.

Edmilson prefeito, em aliança com o povo pobre e trabalhador de Belém. E com uma trabalhadora da Saúde ocupando o cargo de vice-prefeita, indicada pelos próprios trabalhadores da Saúde. Governar com Conselhos Populares para retomar a luta da Revolução Cabana. Essa sim, será a vitória do Povo!

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