Barbalhistas "fritam" Secretário Estadual de Saúde para poupar Helder


Governador Helder Barbalho e seu Secretário Estadual de Saúde, Alberto Beltrame, em uma das coletivas de imprensa sobre as medidas adotadas no enfrentamento ao COVID-19.


Por Diógenes Brandão

"Vão-se os anéis, ficam os dedos", diz o ditado popular que se encaixa muito bem no que acontece na ALEPA, casa parlamentar que hoje é a extensão do governo do Pará. É lá que a base de apoio do governador Helder Barbalho foi escalada estrategicamente para "fritar" o Secretário de Saúde do Estado do Pará, Alberto Beltrame, que assumiu a pasta e a conduz com a vigilância e obediência ao governador, que agora pode se livrar do auxiliar para salvar a própria pele, depois de uma enxurrada de críticas. 

"Quem conhece Helder Barbalho sabe que nenhum secretário estadual ou assessor tem o poder de decisão sobre qualquer coisa em relação ao governo", disse um deputado estadual ao blog do portal Amazon Live, no fim da tarde desta quarta-feira, 13, após a repercussão da matéria Sem o PSOL, deputados cobram transparência do governo Helder.

O blog do Espaço Aberto trouxe as informações sobre o desdobramento da sessão parlamentar, onde a base governista fez coro com deputados da oposição e queimou o filme do Secretário Estadual de Saúde, Alberto Beltrame. 

Só um tolo acreditaria que o líder do governo na ALEPA, deputado Chicão (MDB) falaria o que falou, sem ter a anuência do governador Helder Barbalho, que pelo que tudo indica autorizou ou ordenou a fritura do seu próprio secretário de saúde, no afã de salvar sua própria pele, depois dos escândalos que vem sendo descobertos e noticiados, inclusive pela imprensa nacional.

Além das falas dos deputados, um texto apócrifo circulou no Whatsapp insinuando que Beltrame veio ao Pará trabalhar "quase de graça", já que já foi ex-ministro do Desenvolvimento Social e é especialista em Pediatria, com mestrado em Gestão em Sistemas da Saúde. 

"Se tornou um novo herói Paraense, pois veio para cá ganhar o salário de 16.557,00 (Portal da Transparência do Gov PA). Parabéns Secretário pelo espírito voluntarioso de trabalhar quase de graça para o povo paraense, cobrir despesas com aluguel, alimentação, transporte e passagens aéreas para visitar os familiares e ainda ser Ordenador de Despesas da secretaria de Saúde. Isso não é negócio nem aqui nem na China", diz o texto sem assinatura, como fazem os covardes que não querem deixar rastros. 

No entanto, a trama está mais do que evidente. Infelizmente, tudo indica que para criar uma nuvem de fumaça e retirar a responsabilidade dos problemas existentes na gestão pública do Estado, deveremos ter a exoneração do Secretário Estadual de Saúde e a posse de um novo nome que  atenda os novos interesses, tanto do governador, quanto dos deputados, que reclamam pelos corredores da ALEPA, que não possuem nenhuma secretaria, com exceção de Carlos Bordalo do PT, com a SEASTER, Chamonzinho (MDB) com a ARCON, Ozório Juvenil (MDB) com a COHAB, Chicão (MDB) com o IASEP, Fábio Freitas com a SEEL, Martinho Carmona com a Santa Casa, Wanderlan Quaresma com LACEN, Igor Normando com a Fundação Cultural do Pará e a 1ª Regional de Saúde, Gustavo Sefer com a OS que controla o Hospital Regional de Redne, Vitor Dias (SETUR), Jaques Neves e Dr. Galileu (PSC) com a ADEPARÁ e o Renato Ogawa (SEDOP).

Leia agora a matéria do jornalista Paulo Bemerguy, sob o título Deputados atacam secretário de Saúde, Alberto Beltrame, e o acusam de desrespeitar o Poder Legislativo, no blog do Espaço Aberto




O secretário de Estado de Saúde do Pará, Alberto Beltrame, foi o prato predileto de fortes críticas de parlamentares que se pronunciaram na sessão virtual desta quarta-feira (13), da Assembleia Legislativa do Pará. 

Beltrame, que exerceu o cargo de ministro do Desenvolvimento Social no governo Temer, foi acusado de desrespeitar parlamentares, ao deixar de responder a ofícios, requerimentos e outros expedientes que mandam à Sespa, com o objetivo de tratar dos interesses das populações que representam na Alepa. 

“O secretário Beltrame não atende parlamentar. Quero reafirmar que o secretário Beltrame foi ministro. Mas, aqui no Pará, ele é secretário e tem obrigação de prestar informações que nós pedimos. Aqui vai o meu repúdio ao tratamento do secretário para com o colegiado”, disse o deputado Júnior Hage (PDT). 

A deputada Paula Gomes (PSD), que tem sua base eleitoral na região nordeste do Pará, também reclamou. “Posso mostrar aqui no WhatsApp quantas mensagens eu já mandei e não obtenho respostas do secretário Beltrame”, confirmou a parlamentar, que busca providências em relação a questões de saúde que envolvem municípios como Salinas, São João de Pirabas, Capanema e Tracuateua, entre outros. 

O deputado Eliel Faustino, líder do DEM, associou-se às críticas do deputado Júnior Hage e criticou a forma como Beltrame se relaciona com o Legislativo. “Parece que ele e apenas ele conhece. Parece que o Legislativo não conhece. E por soberba, acaba ocorrendo o que está ocorrendo no estado”, afirmou Faustino, referindo-se à compra de 152 respiradores defeituosos da China. “Até agora, o secretário ainda não demonstrou transparência sobre a questão de medicamentos [para combater o coronavírus]”, acrescentou o parlamentar.  

“O governador sempre está respondendo aos deputados. E aí o secretário não está respondendo aos parlamentares? Isso não é possível. Nós vamos conversar com o governador”, disse o deputado Chicão, do MDB, após ouvir as críticas de colegas ao secretário. 

Beltrame é destinatário de ofício (veja imagem abaixo) protocolado nesta quarta-feira (13), na Sespa, por sete parlamentares – Thiago Araújo, Eliel Faustino, Heloísa Guimarães, Fábio Figueiras, Delegado Caveira, Orlando Lobato e Toni Cunha -, que requerem informações sobre questões envolvendo a aquisição, pelo governo Helder Barbalho, de 152 respiradores que chegaram da China com defeito. Um acordo garante o ressarcimento, ao estado, de R$ 25 milhões que já haviam sido pagos. Uma petição pública disponível para adesões na internet defender a instalação de uma CPI para investigar o caso.

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